NAS MURIAÉ

Publicado em 06/05/2022

Habitada inicialmente pela comunidade indígena Purí – também conhecida como Telikong e Paqui – Muriaé, na Zona da Mata Mineira, foi palco de um intenso comércio de ervas e raízes medicinais. No início do Século 19, a compra e venda dessas plantas de grande conhecimento dos povos originários da região contribuíram para povoar o território que veio a se tornar município, em 1855.

Hoje, Muriaé é a maior cidade de sua microrregião e foi ali que há quase 20 anos, em 22 de maio de 2006, profissionais do Serviço Social da região se uniram para criar o Núcleo de Assistentes Sociais (NAS) local, com o objetivo de fortalecer a categoria local.

O início

A primeira reunião aconteceu no auditório do Hospital São Paulo e teve a presença da representante do CRESS-MG, Ana Maria Corrêa Conegundes, que resgatou a trajetória profissional do Serviço Social e a importância da organização da categoria. Também esteve presente, à época, o deputado estadual André Quintão, propositor da lei que instituiu o Serviço Social na rede pública de ensino de Minas Gerais.

Nos encontros seguintes, foi construído o primeiro plano de trabalho do NAS e definidas as reuniões mensais no mesmo auditório. Também foi discutida a criação de um espaço virtual, naquele então, e-mail e site, para divulgação das ações e aproximação com assistentes sociais que não conseguiam participar presencialmente. A assistente social Roselene Thomaz Peixoto foi eleita a primeira coordenadora do Núcleo.

Com o passar dos anos, o NAS Muriaé passou por momentos de desarticulação, pausas e retomadas, demonstrando que sua permanência está ligada à resistência política da categoria, mesmo diante do esvaziamento de reuniões. Ainda assim, os esforços persistiram, inclusive com o debate sobre a participação de estudantes de Serviço Social que não foi adiante naquele momento, pois se entendeu que o espaço exigia resguardo e sigilo quanto às práticas profissionais discutidas.

Renovando os ânimos

Em dezembro de 2021, após o período de paralisação devido à pandemia da Covid-19, o coletivo voltou a se reunir mensalmente para deliberar assuntos prioritários, como a eleição da nova diretoria, a criação de uma página do Núcleo nas redes sociais para divulgar as ações promovidas e o levantamento do número de Conselhos Municipais que atuam junto com as Secretarias Executivas do Município, a fim de ocupar cadeira nesses espaços.

A partir desse estudo, o grupo constatou que dos oito Conselhos Municipais, existia uma cadeira do CRESS apenas no de Saúde, e que dentro das Secretarias Municipais somente as de Saúde, de Educação e de Desenvolvimento Social tinham profissionais do Serviço Social empregadas e empregados.

Hoje, integrantes do NAS já compõem os Conselhos Municipais de Assistência Social, Direitos Humanos e da Mulher, levando para esses espaços as demandas da categoria e as especificidades da atuação profissional nos equipamentos públicos.

Além de representação institucional, o coletivo busca efetivar mecanismos estratégicos para ocupar espaços de decisão, compreendendo que a instrumentalidade da profissão é uma construção coletiva frente às contradições da realidade.

Municípios da área de abrangência

Antônio Prado de Minas, Barão do Monte Alto, Carangola, Espera Feliz, Eugenópolis, Faria Lemos, Fervedouro, Laranjal, Miradouro, Miraí, Patrocínio do Muriaé, Rosário da Limeira, São Francisco do Glória, São Sebastião da Vargem Alegre, Vieiras.

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Coordenação: Tatiana de Souza Vieira.

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