Publicado em 30/07/2025

Em cumprimento às deliberações do triênio 2023-2026, o CRESS-MG realizou uma reunião virtual com assistentes sociais indígenas, assim como aquelas e aqueles profissionais da categoria que atuam com povos indígenas em Minas Gerais. O encontro ocorrido online, em 2 de julho, teve como objetivo promover uma escuta qualificada, se aproximando desse público e entendendo suas demandas.
A atividade responde à deliberação 5.2 do eixo Ética e Direitos Humanos do Plano de Ação do Conjunto CFESS-CRESS, que trata dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais, e é um compromisso do Conselho realizar um levantamento sobre assistentes sociais que atuam com essas populações e incentivar profissionais indígenas a estreitarem o diálogo com o Conjunto.
“Nosso intuito com essa iniciativa foi abrir um espaço de escuta, de aproximação e de conhecer as trajetórias e as experiências das e dos assistentes sociais que trabalham com povos indígenas. Queremos fortalecer esse vínculo com respeito à diversidade étnica, cultural e linguística dos territórios atendidos”, explica o presidente do Conselho, Cláudio Horst, que conduziu parte da atividade.
Entre as pessoas inscritas, 45% são assistentes sociais indígenas, pertencentes a nove etnias diferentes, e 55% são profissionais que atuam com essa população. A política de Assistência Social é a que tem maior inserção de profissionais (40%), seguida da Educação (30%) e da Saúde (20%). Estes dados foram apresentados junto com informações do que o CRESS Minas vem fazendo sobre essa pauta.
Escuta Atenta
A diversidade étnica e linguística foi apontada como um dos maiores desafios para o atendimento profissional, pois muitas vezes não há tradutoras ou condições para uma comunicação adequada. Outras questões muito relatadas, foram o alto índice de violação de direitos, a luta por acesso à água, à luz, à alimentação e especialmente ao direito à terra.
Segundo o presidente, estes são assuntos que estão no centro do cotidiano profissional de assistentes sociais e precisam estar também na agenda do Conjunto CFESS-CRESS enquanto uma das entidades que representam o Serviço Social brasileiro. Presente no evento, Elinéa Brandão, que atua na Saúde Indígena no Distrito Sanitário Especial Indígena de Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI-MGES), trouxe elementos de quem vive no dia a dia os desafios da atuação.
“Há, também, a discussão sobre a territorialidade e a autonomia desses povos. O Conselho pode, ainda, propor outras reflexões, articulando-as com o Projeto Ético-Político da nossa profissão. Ao fazer isso, a instituição contribui para uma profissão cada vez mais mais plural e antirracista, fortalecendo todas as dimensões do Serviço Social”, aponta.
A participante ainda acrescenta que “em nossa profissão, trabalhamos com uma pluralidade de saberes, práticas e realidades diferentes e isso implica na defesa e valorização da cultura, com cuidado na escuta e diálogo, sendo necessário essa aproximação com o CRESS para afirmar nossa busca pela ética, conscientização e luta na garantia de direitos da população atendida”.
Como encaminhamentos, o Conselho assumiu o compromisso de propor, na avaliação do triênio da atual gestão, a permanência dessa pauta como prioridade também para os próximos três anos (2026-2029). Além disso, foi divulgada a previsão de rodas de conversa com base nas demandas levantadas, as visitas do Setor de Orientação e Fiscalização a profissionais que atuam com povos indígenas e a reativação do Comitê Antirracista ainda no segundo semestre de 2025.
É um debate nosso também!
O Boletim Conexão Geraes tem o compromisso de manter a categoria informada sobre temas que dialogam com o exercício profissional e a luta coletiva das assistentes sociais. Na última edição, a pauta indígena e da justiça ambiental nortearam as reflexões e informações levadas para a categoria. Veja a seguir.
Acesse o Boletim Conexão Geraes aqui.
Especial – Justiça Ambiental e Povos Indígenas
A cacica Célia Ãgohó, da Aldeia Katurãma, compartilha sua trajetória de resistência e reconstrução após o crime ambiental da Vale. A matéria aborda como justiça ambiental e direitos dos povos originários estão intrinsecamente conectados.
Racismo Ambiental e Comunidades Tradicionais
A assistente social Thatiele Monic Estevão analisa o avanço dos grandes empreendimentos sobre territórios tradicionais e denuncia como o racismo ambiental reforça a exclusão desses povos.
Mulheres e Justiça Ambiental: vozes do Rio São Francisco
Enedina Santos e Marinalva Mendes narram as lutas por território, sobrevivência e dignidade das mulheres ribeirinhas e quilombolas, confrontando o avanço da mineração e o silêncio do Estado.
A atuação de assistentes sociais frente às enchentes
A experiência em Ribeirão das Neves mostra como ações preventivas e articulação em rede podem reduzir danos causados por eventos climáticos extremos.
Cofi Responde – Ética e calamidades públicas
A Comissão de Orientação e Fiscalização (Cofi) detalha as bases legais e éticas da atuação profissional em contextos de calamidade, além de apresentar os dados da fiscalização no primeiro trimestre de 2025.
Ética em números
Confira os dados atualizados da Comissão Permanente de Ética, como denúncias recebidas, processos instaurados e ações de educação permanente realizadas nos primeiros meses do ano.
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