Publicado em 11/11/2025
Defender a cidadania e a dignidade para povos originários era a pauta da atuação mais recente do assistente social Bruno Alves Chaves, que nos deixou neste domingo, 9 de novembro, aos 34 anos, após um acidente no Rio Negro, no estado do Amazonas, no intervalo de uma agenda intensa de trabalho.
Natural de Belo Horizonte, ocupava desde 202X o cargo de coordenador-geral de Programas e Ações de Combate às Discriminações no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), estando à frente do Grupo de Trabalho (GT) de Proteção Social aos Povos Indígenas.
Seu trabalho consultivo e operacional junto ao povo Yanomami tornou-se uma referência nacional e internacional sobre como articular políticas assistenciais e intersetoriais em defesa dessas populações. A seriedade, competência e vigor característicos já eram conhecidos de Bruno desde a graduação.
Assim que iniciou o Curso de Serviço Social da PUC Minas, em Belo Horizonte, sua cidade-natal, entrou para o Movimento Estudantil em Serviço Social (MESS) e, ao mesmo tempo em que desempenhava uma militância aguerrida, tornou-se destaque acadêmico por mais de uma vez.
Pouco após se formar, Bruno se tornou presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos/MG), entre 2018 e 2019, e se destacava por sua capacidade ímpar de aliar a militância intransigente no campo dos direitos humanos com o rigor do ensino da prática profissional.
Contribuiu, ainda, com a formação profissional por meio de pesquisas como a que investigou a “percepção de travestis e transexuais sobre o acesso e atendimento nos serviços públicos de Saúde de Belo Horizonte”, tema que também desenvolveu na Iniciação Científica na PUC Minas, sob a supervisão da profa. Andréa Branco Simão.
Em 2020, atuou na Secretaria Municipal de Saúde por meio do “Programa BH de Mãos Dadas Contra a Aids” (BHMDCA), em convênio com a Associação de Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig). O trabalho desenvolvido na pandemia, rendeu à capital mineira o título de cidade que mais vacinou contra a Covid-19, pessoas em situação de rua e profissionais do sexo, conforme atestado pelo Ministério da Saúde.
Conquistas coletivas, mas que sem dúvida levam a marca de sua mediação competente e sensível. Em depoimento, colegas da pós em Direitos Humanos, cursada entre 2016 e 2017, pelo Instituto DH, compartilharam que “Bruno nos ensinava a ver a beleza das pequenas coisas. Ele tinha um olhar bonito sobre a vida. A sua partida é uma perda imensa para quem conheceu a grandeza do seu coração”.
Já as amizades do Serviço Social, reforçam que “a morte do Bruno deixa um vazio imenso nas políticas públicas de Saúde, Assistência Social e no Serviço Social brasileiro. Sua vida foi um testemunho eloquente de compromisso, intelectualidade aguçada e uma humanidade rara”.
O CRESS Minas e o CFESS lamentam a perda do colega, amigo e pai e deseja que a grandeza de seu legado profissional e a memória de sua paixão pela vida sirvam de inspiração para as lutas e resistências.
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