Em Uberlândia, assistentes sociais reafirmam importância de ocupar o Conselho Municipal de Saúde

Publicado em 17/09/2025

Recentemente, o CRESS-MG, por meio da Seccional Uberlândia e em articulação com o Núcleo de Assistentes Sociais (NAS) local, conquistou a representação no Conselho Municipal de Saúde de Uberlândia (CMSU), após tensionamentos na esfera judicial. O processo, marcado por tensões e tentativas de deslegitimação, revelou a disputa política em torno da participação social e reforçou a necessidade de a categoria permanecer mobilizada para ocupar esses espaços de direito.

“O caminho é ‘lutar quando é fácil ceder.” A frase que dá nome à gestão, foi lembrada pela diretora da Seccional, Lucila Zanelli, e resume a postura da entidade diante das manobras que buscaram impedir a participação da categoria no CMSU. Esse processo eleitoral foi a mostra das tensões que marcam a luta pelos direitos sociais no município: de um lado, a articulação de forças políticas contrárias aos valores do projeto ético-político e de outro, uma categoria profissional crítica e disposta à defesa intransigente dos direitos humanos.

“A disputa política se expressou com forte sustentação em mecanismos de burocratização, sobrepondo a dimensão democrática que marca o papel do controle social no âmbito das políticas sociais. Além de nós mobilizarmos com o NAS para a construção dos espaços que escolheram as representações do Serviço Social no CMSU, tivemos que nos defrontar com um cenário de interferências alheias à profissão”, aponta.

Após tentativas de anular o processo eleitoral, o CRESS entendeu ser necessário resistir e enfrentar essa oposição com outros instrumentos, uma vez que a indicação de representantes para o CMSU foi legítima, expressando os interesses das profissionais que prestam serviços à população no município. “Comemoramos com alegria o ingresso das nossas representações no CMSU: que seja marcado pela construção democrática e combativa, coerente com nosso projeto ético-político!”

O poder da mobilização

As tensões em torno da eleição, iniciadas em março, foram relatadas pelo NAS, que traz episódios de intimidação durante reunião convocada para indicar os nomes da representação: abordagens truculentas, tentativas de impor nomes previamente articulados e até filmagens sem consentimento. Mesmo diante desse cenário, a mobilização não recuou. Uma eleição transparente foi realizada em abril de 2025, acompanhada por representantes do CRESS-MG e do próprio CMSU.

Ainda assim, o resultado havia sido suspenso de maneira arbitrária até a intervenção judicial solicitada pelo CRESS. Para o Núcleo, a suspensão representou um ataque à democracia e ao controle social. “Referendar o resultado dessa eleição é referendar a democracia. Qualquer tentativa de promover uma nova eleição seria um golpe contra a saúde pública e contra a categoria de assistentes sociais”, destacou o documento coletivo.

O NAS Uberlândia não apenas sustentou politicamente a defesa da cadeira, como também reafirmou o papel dos núcleos como braços de mobilização da categoria em todo o estado. Para as e os profissionais que assinam a nota, permanecer em silêncio diante de práticas autoritárias significaria chancelar o desmantelamento do SUS.

“Trata-se, em grande medida, da defesa de uma saúde pública de qualidade, fundamentada no controle social e ancorada no projeto da reforma sanitária. Permanecer em silêncio seria ser conivente com práticas de coronelismo e aparelhamento das políticas sociais”, afirmam.

Voz crítica

“O CMSU é uma arena de disputas, marcada pela influência do capital e pela tentativa de esvaziar a participação popular.” A avaliação é de Edilaine Patrícia de Oliveira, assistente social da Prefeitura de Uberlândia e suplente da cadeira conquistada, que enxerga na experiência uma oportunidade de reafirmar o compromisso do Serviço Social com a democracia e com os direitos da população.

Na visão da conselheira eleita, estar nesse espaço é questionar as contradições presentes nas políticas públicas do município e reafirmar o papel da categoria como voz crítica. “É fundamental refletir sobre que tipo de controle social está sendo exercido em Uberlândia e como podemos tensionar para que ele seja, de fato, democrático. O Serviço Social tem a tarefa de lembrar constantemente que as políticas existem para garantir direitos e não para servir a interesses privados.”

A experiência em Uberlândia mostra que ocupar os conselhos de direito não é apenas uma formalidade, mas uma trincheira na defesa da democracia. Para o CRESS Minas, cada cadeira conquistada em instâncias de controle social é um espaço estratégico para dar visibilidade às demandas da população e fortalecer a saúde pública.

“Esse processo eleitoral revelou tensões, mas também a força coletiva da categoria em Uberlândia. Estar no CMSU é afirmar a democracia, o direito à saúde pública de qualidade e o compromisso intransigente com os direitos humanos”, conclui Lucila Zanelli.

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