Publicado em 08/08/2025
O 52º Encontro Descentralizado dos CRESS da Região Sudeste, realizado de 25 a 27 de julho, em Vila Velha (ES), reuniu representantes dos Conselhos de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo para avaliar o que vem sendo construído pelas gestões do triênio 2023-2026. Os principais debates abordados no Encontro Descentralizado, são levados, de forma conjunta, para o Encontro Nacional do Conjunto CFESS-CRESS, que este ano acontece em setembro, em Campo Grande (MS).
A delegação mineira esteve atenta e engajada nas discussões, com participação ativa nas plenárias e na condução das mesas. Entre os elementos destacados durante o Encontro, estão ações da atual gestão de Minas, como a continuidade dos cursos de educação permanente, a realização de eventos voltados a temas estratégicos e o fortalecimento das comissões temáticas. Essas atividades se articulam com o posicionamento político do Conjunto CFESS-CRESS, que reafirma bandeiras como o anticapacitismo, antirracismo, antifascismo, antimachismo e anticapitalismo.
“Essas pautas atravessam o cotidiano da categoria e exigem respostas institucionais organizadas. A atual gestão do CRESS-MG tem buscado atuar com essa coerência política, respeitando os princípios do nosso projeto ético-político”, afirmou Sandra Limonta, conselheira que compôs a delegação mineira no evento. Em nossa página no Youtube, é possível ter acesso a boa parte desses cursos para qualificar o fazer profissional das e dos assistentes sociais.
Destaque, ainda, para a ampliação da Comissão Permanente de Ética, o cumprimento dos prazos nos trâmites processuais, assim como a organização institucional com protocolos mais eficientes e a estrutura física consolidada, com sedes próprias e auditório disponível à categoria.
O fortalecimento dos Núcleos de Assistentes Sociais (NAS) e da Comissão de Apoio a Grupos Organizados (Comago) na interiorização das ações, também fora abordado. “Temos, hoje, 27 Núcleos pelo estado que, com o apoio da Comago, dão visibilidade à união da categoria de forma democrática e fortalecem a profissão na sede e no interior. Junto das Seccionais, são pontes entre o Conselho e a categoria”, aponta Sandra.
Por falar no diálogo com profissionais da base, ou seja, que não compõem a gestão, mas se envolvem nas comissões e outras atividades da entidade, a assistente social da Educação Básica, em Uberlândia, Talita Freitas, integra o NAS desse município e é sua primeira experiência como delegada. Para ela, a intervenção profissional exige permanente análise crítica da realidade social, planejamento estratégico das ações, acompanhamento sistemático, avaliação contínua e redirecionamento quando necessário e continua.
“Esse processo deve considerar as dinâmicas e transformações do contexto socioeconômico, que demandam respostas éticas, qualificadas e comprometidas com os princípios do projeto ético-político da profissão. E pude experienciar tudo isso no encontro: a prática profissional não se dá de forma isolada, mas articulada com sujeitos, instituições e movimentos sociais que compartilham a defesa das nossas bandeiras de luta. A metodologia do evento propiciou isso desde o encontro preparatório para alinhamento da delegação, que mostrou o resultado de um processo de construção coletiva”, diz.
“Na defesa da democracia nossas bandeiras pulsam liberdade no Sudeste”
Um dos marcos do 52º Encontro Descentralizado foi a elaboração de uma carta política intitulada “Na defesa da democracia nossas bandeiras pulsam liberdade no Sudeste”. O documento sintetiza as reflexões feitas durante os três dias de debates e reúne denúncias sobre o cenário nacional e internacional, além de reafirmar os compromissos históricos do Serviço Social.
“A construção coletiva da carta, com contribuições de assistentes sociais representantes dos quatro estados da Região Sudeste, enfatizou a situação atual do Brasil e do mundo, destacando o neoimperialismo dos Estados Unidos contra os demais países do globo, com a aplicação de taxas a produtos de exportação, prejudicando todo o comércio mundial e buscando marcar o lugar de um Estado que se roga dono do mundo”, pontua um dos autores, o conselheiro Maicom Marques.
O texto também denuncia as crises do capital que impactam diretamente o mundo do trabalho e aprofundam as expressões da questão social, atingindo de forma intensa a classe trabalhadora e o próprio Serviço Social. “O cenário político atual é desfavorável à democracia, marcado pela presença de interesses particularizados de setores empresariais, do agronegócio e de denominações religiosas no Congresso Nacional – um congresso inimigo do povo – que tem promovido a retirada de direitos dos segmentos sociais historicamente marginalizados”, avalia.
Já a crise ambiental e seus efeitos desiguais sobre os grupos sociais – racismo ambiental, também foram pautas. Para o conselheiro, compreender esse contexto é fundamental para uma atuação crítica. “Em um Estado onde a democracia não é defendida de forma radicalizada, nada é possível. O Serviço Social rema na contramão dos agravos denunciados na carta: enfrentamos o desmonte das políticas públicas, a precarização da formação profissional, o enfraquecimento dos movimentos sociais e o desmonte dos sindicatos e dos próprios espaços de organização da categoria.”
A carta termina com o mote do Encontro e convoca a categoria à ação conjunta. “Nesse sentido, resta dizer que a saída é coletiva, tanto na profissão, como na sociedade como um todo. É preciso fortalecer os coletivos para enfrentar o atual cenário mundial. Fortalecer o Conjunto CFESS-CRESS através de suas entidades representativas, defender o ensino público, gratuito, presencial, laico e de qualidade, a efetivação da lei de 30 horas em todos os espaços sócio-ocupacionais, a inserção no mercado de trabalho por meio de concursos públicos e a defesa intransigente da liberdade como um valor central na profissão.”
“Lutar quando é fácil ceder”: Terceiro ano de gestão
Com encerramento previsto para maio de 2026, a gestão atual do CRESS Minas caminha para seus meses finais de mandato, seguindo o mesmo calendário de todo o CFESS e demais CRESS do país. Para Sandra Limonta, a experiência como conselheira tem sido marcada pelo aprendizado e compromisso com as e os mais de 20 mil assistentes sociais ativos de toda a Minas Gerais.
“Fazer parte dessa gestão traz a grata vivência com a rotina da autarquia, acrescentando conhecimentos relativos à organização interna que representa o suporte para toda a categoria. Conhecer os bastidores e participar de reuniões e eventos nos qualifica de uma maneira única dentro da nossa trajetória política e profissional e traz a certeza de ter acertado na escolha de participar desse processo histórico, além de ampliar as relações de amizade e contatos que não seriam materializados fora deste meio”, enaltece.
O ritmo é de despedida, mas até lá, há muito trabalho pela frente. Continue acompanhando as redes sociais do CRESS-MG para ficar por dentro dos próximos cursos e conteúdos disponibilizados para você, assistente social!
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