Publicado em 11/12/2025
As decisões tomadas pelo Conjunto CFESS-CRESS, uma das entidades que representa o Serviço Social brasileiro, são marcadas por escolhas políticas fundamentadas na democracia como um valor ético-político. Seja nas eleições para definir as novas gestões, a cada três anos, ou na maneira com que as assembleias são concebidas, no formato das diretorias e do conselho pleno e no respeito ao Encontro Nacional CFESS-CRESS como instância deliberativa.
Essa série de ações faz com que a democracia interna seja uma construção valorosa, que se evidencia no processo eleitoral, mas que não se finda nele, vai além… Se pararmos para pensar em como as bandeiras de luta do Conjunto chegaram no material que temos, hoje, vamos encontrar muitos debates, defesas de ideias, consensos, votações, enfim, vamos encontrar um processo organizado de participação: isso é organização política.
Cuidar desses mecanismos de democracia interna é cuidar do patrimônio construído pelo Serviço Social brasileiro que, em cada tempo histórico, acompanhando os debates e mudanças na profissão, veio criando estratégias de participação no âmbito das decisões do Conjunto – com desafios, avanços e recuos, sem romantismos ou idealismos, mas sempre com empenho em materializar o valor de democracia que está, inclusive, consignado em nosso Código de Ética.
Avanços recentes: o voto online e a ampliação da participação
Nosso processo eleitoral é marcado pela busca em materializar a democracia em termos de ampliar a participação nos processos decisórios. Algumas características nos diferenciam de muitos outros processos eleitorais de autarquias, como, por exemplo, o fato de o voto não ser obrigatório, reforçando a ideia de participação por implicação política nos processos das entidades.
Há, ainda, a definição de quórum mínimo – polêmica e que precisa de contextualização diante das diversas conjunturas – mas que demonstra uma busca por parte da categoria em legitimar as eleições. Também em nosso caso, há eleições diretas para todas as instâncias do Conjunto (Federal, Regionais e Seccionais), fazendo com que toda a categoria vote para todas essas instâncias.
Outro aspecto peculiar é a renovação dos quadros de direção, podendo se reeleger apenas 1/3 da chapa atual e, além disso, cada assistente social da gestão pode ter apenas dois mandatos consecutivos, sem poder permanecer nos seguintes: essa característica demonstra o respeito à alternância de poder, fundamental para a democracia.
Sobre avanços, o voto online foi uma grande conquista da categoria, já que antes a cédula era enviada para a casa das e dos profissionais que precisavam preencher e devolver nos Correios. Datado de 2019, a modalidade se efetivou nas eleições de 2020-2023 pela primeira vez e teve uma segunda experiência nas eleições do triênio 2023-2026. Esse processo modernizou nossas formas de eleições, garantiu mais divulgação do processo e, também, economia das nossas entidades.
O voto neste formato, por si só, não garante adesão em massa, já que ainda é um grande desafio na nossa sociedade, democratizar e garantir o acesso à informação. Ainda assim, se compararmos os números de participação nas nossas eleições, poderemos observar um aumento após o voto online e acredito que esse é um caminho para garantirmos a participação efetiva da categoria nesses processos.
“Nossa democracia pulsa em conjunto”
Recuperar para as novas gerações a trajetória que nos trouxe até aqui, o significado e o sentido das etapas deliberativas do Conjunto, a unidade entre conteúdo e forma nas conduções dos nossos debates, na socialização das informações do que já temos, valorizando nossas construções e, ainda, pensar aprimoramentos são tarefas de primeira ordem para cuidar do patrimônio que é nossa organização política.
Esse resgate também nos conecta à campanha eleitoral do Conjunto que se inicia ainda este ano, chamando atenção das e dos assistentes sociais para analisar as propostas apresentadas, as leituras de realidade feitas por cada chapa, as concepções e composições que se expressarão nestas chapas concorrentes para o próximo período, evidenciando que o compromisso com nossa noção de Conjunto não pode se perder!
Vale dizer que a conjuntura do país incide na nossa forma de ser, pois, o CFESS-CRESS não é uma bolha diante do mundo. A descrença na representatividade, a valorização dos interesses pessoais em detrimento do coletivo, o comodismo e a apatia são elementos que, muitas vezes, aparecem ideologicamente na nossa sociedade como se fossem máximas absolutas e, certamente, isso impacta em nossos processos organizativos.
O Serviço Social brasileiro, como parte do processo histórico de resistência e de luta, precisa subverter essa lógica e mostrar que as nossas entidades representam a defesa da profissão e precisam continuar nesse registro, que o projeto ético-político profissional é coletivo e não individual, que só alcançamos os objetivos com participação social e que é assim que reafirmaremos nossas lutas, desde as internas, como as que se conectam com a conjuntura nacional e mundial.
É importante dizer que o processo eleitoral do Conjunto não é de interesse apenas dos sujeitos individuais que estão se colocando no processo, mas, de todas e todos profissionais e que as conquistas da profissão, ao longo dos anos, perpassam por esse espaço de defesa do Serviço Social brasileiro e que, portanto, as nossas pautas, nossa realidade profissional, os desafios de defesa de nossas atribuições privativas e nossas competências profissionais, são pautas de toda categoria!
Os processamentos éticos, apurando denúncias de condutas de assistentes sociais que violam direitos ou as ações de orientação e fiscalização da profissão para qualificar a oferta do nosso trabalho são atribuições do Conselho e que reverberam na valorização da profissão em face da sociedade como um todo!
Portanto, ter direções comprometidas com essas e outras pautas são de interesse de todas e todos assistentes sociais e, uma das formas de fortalecer isso, é o engajamento no processo eleitoral, seja fazendo campanha, questionando quem se candidata, participando de debates, divulgando o processo eleitoral para colegas e, fundamentalmente, votando!
Por: Kelly Melatti (Presidenta do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS | Gestão 2023-2026 “Que nossas vozes ecoem vida-liberdade”)
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