Publicado em 07/05/2025
Suzana Barros, trabalhadora da Educação, diretora da Seccional Montes Claros e pessoa com deficiência (PcD) e Maria da Conceição, trabalhadora da Saúde no pequeno município de Chapada Gaúcha, na divisa com a Bahia. De um lado, a militância por uma atuação profissional anticapacitista e de outro, o interesse em se qualificar para atender melhor a população com deficiência de onde atua.
Duas perspectivas diferentes que convergem na defesa de uma prática anticapacitista no Serviço Social. As histórias de ambas as assistentes sociais de Minas Gerais se entrelaçam e se assemelham a de tantas outras profissionais do país que participaram do 1° Seminário Nacional de Serviço Social e Luta Anticapacitista, promovido pelo CFESS, nos dias 4 e 5 de abril, em Recife (PE).
O evento representou um momento histórico para a categoria profissional. “O enfrentamento ao capacitismo é longo e precisamos ampliar esse debate em nossos espaços sócio-ocupacionais. As práticas profissionais anticapacitistas precisam ser incorporadas em nosso cotidiano”, aponta a diretora da Seccional. O seminário trouxe, ainda, reflexões sobre o reconhecimento das PcDs como sujeitos de direitos.
“Nosso impedimento não está em nossos corpos, mas nas barreiras que encontramos na sociedade. Uma PcD deve poder se integrar à sociedade sem nenhum tipo de barreira”, destaca Suzana, em alusão ao conceito social de deficiência que entende que é a própria sociedade a deficiente ao não viabilizar que diferentes corpos e mentes possam ter acesso a direitos básicos.
Para a profissional, a luta anticapacitista é uma exigência ética para o Serviço Social, que em seu Código de Ética prevê que assistentes sociais combatam todas as formas de opressão e se comprometam com a equidade, a diversidade e a inclusão. “Esse movimento vem para eliminar toda forma de violência voltada às PcDs, tornando-se bandeira de luta do Serviço Social assim como antirracista e LGBTfobia”, explica.
Suzana lembra, ainda, que “A nossa profissão tem o papel estratégico na garantia de direitos, na conscientização e na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Incorporar o anticapacitismo na agenda política do CFESS-CRESS tem fundamental importância, uma vez que está alinhada com os princípios éticos do Serviço Social e com a defesa intransigente dos direitos humanos”.
Qualificar para um olhar mais crítico
A relação do capitalismo com o capacitismo foi amplamente abordada durante as mesas, e entendê-la mais a fundo contribui para um fazer profissional mais crítico, mais questionador, como aponta a assistente social Mara, como prefere ser chamada, que atua em um município norte mineiro com uma população de cerca de 12.500 pessoas: Chapada Gaúcha.
“Participar do Seminário foi uma experiência muito válida, pois além de poder dimensionar melhor o que é a luta anticapacitista que vem sendo construída pela categoria há anos, pude sentir de perto, através dos relatos e depoimentos, um pouco das dificuldades que colegas assistentes sociais com alguma deficiência têm para exercer a profissão”, compartilha.
E é sempre hora para se apropriar do debate para fazer a diferença em seu local de trabalho. Mara conta que faz pouco mais de um ano que ouviu falar pela primeira vez em capacitismo e que, desde então, tem procurado qualificar seus conhecimentos com eventos e conteúdos de confiança, como os promovidos pelo Conjunto CFESS-CRESS.
“Nós, assistentes sociais de município de pequeno porte, precisamos sair da zona de conforto e, além de buscar conhecimento para aprimorar nossa prática profissional, precisamos acompanhar mais de perto os debates e embates que a categoria vem fazendo, tecendo e lutando”, pontua, lembrando como a internet tem contribuído quando o assunto é educação permanente.
Já a diretora Suzana acredita que ainda há muito que ser abordado quando a pauta é a Pessoa com Deficiência e Serviço Social, contudo, reconhece a singularidade e o pioneirismo do Seminário que reuniu 64 assistentes sociais com deficiência de todas as partes do país. “O que eu levo para a minha atuação é que devemos ampliar o movimento, reverberar em direção à liberdade!”.
“Ter essa luta compondo a agenda do CFESS-CRESS possibilita denúncias de violações de direitos, fortalece a formação de assistentes sociais no combate ao capacitismo nas políticas públicas e fortalece também que se exija acessibilidade nos espaços onde atuam profissionais das redes Cras, Creas, Conselho Tutelar, hospitais”, considera Suzana.
Assim, segundo a profissional, “incorporar essas defesas de forma permanente nas bandeiras de luta do Conjunto, como vem acontecendo, só reafirma o compromisso do Serviço Social por uma sociedade mais inclusiva”, conclui Suzana. As mesas do evento foram gravadas e podem ser acessadas no canal do Youtube do CFESS.
Aprenda mais
Confira as mesas do Seminário Nacional Serviço Social e Luta Anticapacitista.
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